Análise Batman V Superman - Parte II: Personagens

3. Mulher Maravilha

Gal Gadot está perfeita como Mulher Maravilha. Por mais que sua personagem apareça poucas vezes, ela tem um peso em cena que é mais que digno -  lembrem que essa é a primeira Mulher Maravilha dos cinemas, e ela mostra a que veio. Agindo como guerreira, mostra que tem um gosto por batalhas, mas não deixa isso cegá-la para o bem dos inocentes. 

A caracterização está perfeita: a armadura é completamente vistosa e funcional em combate, além de evocar imediatamente o que conhecemos dos quadrinhos e da série animada da Liga da Justiça. Todo o seu arsenal está lá: espada, escudo, o laço da verdade, os braceletes – só faltou o avião invisível (brincadeira gente, pra tudo tem seu limite rs). Além disso, em momento algum ela se se deixa intimidar pelo seu oponente ou por qualquer um que possa estar em seu encalço (ela, inclusive sorri enquanto luta, mostrando o prazer que sente durante o combate - algo muito explorado nas HQs). 

Quando aparece trajada, rouba a cena. Pena que suas outras passagens sejam um tanto quanto turvas em comparação - por mais que ela tenha participação no plot principal, não há certeza de que ela realmente atingiu seus objetivos (afinal, vivemos na era digital. Pegar uma cópia do arquivo não é bem uma salva-guarda, certo?). Mas não creio que isso apague seu brilho. 

Em 2017 a personagem ganhará um filme solo, estreando pouco antes de "Liga da Justiça - Parte 1", e, preciso dizer: estou ansioso.


4. Lex Luthor

A escolha de Jesse Eisenberg como Lex Luthor foi tão controversa quanto as de seus colegas de cena, Ben Affleck e Gal Gadot. Muitos criticaram a falta de apelo do ator, mais conhecido por seu papel como Mark Zuckerberg, para desempenhar o papel do nêmesis do homem de aço - alguns, eu incluso, preferiam a escalação de alguém mais velho, com mais “cara de Lex Luthor” (um dos nomes mais falados e de maior aceitação era  Bryan Cranston, o Heisenberg de Breaking Bad).

Bom, vendo Eisenberg no papel, posso dizer que ele não deixou a bola cair. Mas também é bom deixar claro que esse não é o Lex que vemos nos quadrinhos ou conhecemos na animação da Liga da Justiça; diferente do personagem sério e sisudo, esse Lex age de uma forma mais “jovial”, desinteressada, até caricata. É um personagem que tem dificuldade de se comunicar com os outros, que parece estar sempre preso em seu mundinho - e essa foi a melhor sacada, na minha opinião. Ele continua sendo o vilão manipulador, aquele que faz de tudo para alcançar seus objetivos, mas disfarça isso com uma máscara que o torna tão assustador quanto um adolescente que não estudou em dia de prova. Gostei também da forma como ele e o homem de aço se posicionam distintamente em sua caracterização: enquanto um é mais velho invulnerável, o outro é jovem e magrelo, aparentemente frágil e mortalmente astuto. 

No fim das contas, Lex é um jogador hábil e inescrupuloso, o que fala diretamente com a essência que conhecemos. Por mais que ele aja com tiques nervosos e ações aparentemente duvidosas, a essência do personagem está lá. Vale lembrar também que o personagem jamais foi tratado com o mesmo tom de outras mídias no cinema – se quiser lembrar de algumas das interpretações fora da curva, basta relembrar de Gene Hackman (Superman, 1977) e de Kevin Spacey (Superman: o retorno, 2006).

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