Super-Homem chinês??? Minhas primeiras impressões

Se você não vem acompanhando os novos rumos da DC, e tomou um susto com o título dessa postagem: calma lá, não há nada para se preocupar. O bom e velho Superman passa bem — ou, melhor dizendo, tão bem quanto sempre.

Para esses e demais desavisados: como parte da nova iniciativa Rebirth (literalmente, "Renascimento"), a DC lançou a revista "Novo Super-Homem", com um protagonista chinês. Esse Superman não vai substituir o Clark Kent: haverá um nos EUA, e outro na China, cada um com suas próprias tramas.



Salvando o dia e tirando selfies com biquinho.

Minhas expectativas para a história não eram muito altas, sinceramente. Não havia lido muitas notícias sobre o novo personagem antes de ler a edição, mas levantava um sinal amarelo com a mínima possibilidade de que essa história fosse mera transposição do bom e velho Superman para um setup chinês.

Por exemplo, os nomes de alguns personagens principais são aliterações de personagens do núcleo do Superman: Clark Kent dá lugar a Kenan Kong, nosso protagonista, e a repórter/possível interesse amoroso não é Lois Lane, mas Laney Lan. Alguém mais se lembrou de Pavitr Prabhakar, o infame "Homem-Aranha indiano"?

Mas, feliz ou infelizmente, o Super-Homem chinês consegue se distanciar bastante de seu xará americano, como tentarei exemplificar a seguir.

Obviamente, daqui para frente, pequenos spoilers. Esteja avisado(a)!

Para começo de conversa, Kenan é um típico adolescente de Xangai. Até aqui, há pelo menos duas diferenças significativas em relação a Kal-El: Kenan não nasceu com super-poderes, tampouco é alienígena. Nosso herói foi selecionado para ganhar seus poderes (de maneira similar à origem do Capitão Marvel, vulgo Shazam) após realizar um verdadeiro ato de heroísmo.

Não se deixe confundir pelo uniforme vermelho e
dourado!

Por que ele topou? Não sabemos ainda com exatidão. Por que não aceitaria? Porque seu pai é um conspiracionista fanático que tem tudo para odiar aquilo que seu filho, secretamente, se tornou. Até aí, nenhuma invenção da roda: a dinâmica entre pai, filho, e alter ego deve ser similar à do lar dos Stacy em Spider-Gwen. (Aliás, o Matheus fez um artigo bem legal sobre ela que você pode conferir aqui!)

O interessante, no caso, é que aquele talvez tenha sido o único gesto verdadeiro de bondade de Kenan em toda a edição. Ele é o típico valentão de colégio, e aparece socando, zombando e roubando o dinheiro da merenda de seu melhor amigo, Lixin. Com todas as letras, Kenan age feito um B-A-B-A-C-A. Pelo menos nisso, o personagem foge bastante do esteriótipo de super-herói...

Já falei que ele se sente o nº 1 em tudo?
(Ei, espero que isso não seja um cuecão...)

Aliás, essa é uma das coisas que me mantém curioso para ler a segunda edição: como o roteiro irá conciliar, ou não, a personalidade difícil de Kenan com o fato de que ele agora é um ser super-poderoso, e deve arcar com as consequências disso.

A outra são as pistas sobre a possível formação de uma espécia de Liga da Justiça chinesa.

Err... A não ser que estejam tentando nos despistar,
há 99% de chances de a pista ser boa.

Se você leu ou pretendia ler essa edição, não se esqueça de deixar suas impressões nos comentários!

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