Murdockast vê: Batman, o Homem-Morcego (1966)

Após uma primavera de tamanho normal um longo inverno, Murdockast vê voltou! Nesta edição, analisaremos o filme Batman, o Homem-Morcego (1966), baseado na icônica série de TV.

Para ser preciso, o filme foi planejado para ser um piloto da série, mas, devido a adiamentos, foi lançado apenas no hiato entre a primeira e segunda temporada. Dessa forma, não é apenas árduo falar do filme sem falar da série, como é possível visualizar o filme como um episódio de longa-metragem da série.

Nesse “super-episódio” de 105 minutos, Batman (Adam West) e Robin (Burt Ward) enfrentam nada menos do que quatro de seus maiores vilões, agindo em conluio: Coringa (Cesar Romero), Pinguim (Burgess Meredith), Mulher-Gato (Lee Meriwether, substituindo a titular Julie Newmar) e Charada/Enigmista (Frank Gorshin)!

Quatro vilões, mas nenhum é o Venom.

Para mim, escrever sobre essa versão do Batman é especialmente difícil devido ao fator nostalgia. Lembro-me de assistir à série nas madrugadas da extinta Fox Kids, no mesmo bloco de Os Três Patetas, Zorro e outras séries antigas.

O mais complicado de analisar essa encarnação do Homem-Morcego, no entanto, é seu contraste com o Batman sombrio com o qual estamos acostumados. Mas a culpa certamente não é de seus idealizadores: devido ao infame Comics Code, os próprios quadrinhos da época eram bastante infantilizados, e muitos roteiros, especialmente na primeira temporada, eram adaptações fiéis desses quadrinhos.

Descobrir como o “Batman do Adam West” virou um dos maiores fenômenos televisivos da geração hippie é fácil: a estética era extremamente colorida (numa época em que televisores coloridos eram sonho de consumo) e modernosa, zombava-se das Autoridades™ e da febre dos seriados de espionagem, e poucas encarnações do Morcego trabalharam tão bem o fato de que, no fim do dia, esse é o conto de um cara fantasiado de morcego correndo atrás de um cara fantasiado de palhaço.

O filme tem enredo é simples – os quatro vilões se unem para, literalmente, vaporizar líderes mundiais que se reuniam no prédio da ONU (leia-se uma cópia genérica da ONU, provavelmente para evitar “processinhos”) –, mas é responsável por muitas cenas icônicas, como um uso bem apropriado do infame“bat-spray repelente de tubarões”.

Gadget bom é gadget que cumpre sua função.

O Batman continua sendo o maior detetive do recinto, mas os planos e pistas dos vilões soam nonsense. O Coringa é mais palhaço, e menos ameaçador. O Comissário Gordon continua sendo um fiel defensor da lei e do trabalho do Batman, mas menos badass e um pouco mais atrapalhado.

A vantagem de assistir o filme após cinquenta anos é que podemos encarar esse Batman de duas formas: como retrato despretensioso do personagem, ou como paródia de sua suposta pretensão. Agarre-se a que melhor lhe satisfaça.

Veredito

⭐⭐⭐ (gostei, mas pode culpar a nostalgia)

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