5 HQs durante as Guerras Secretas + 5 HQs pós-Guerras Secretas (2015)

O principal evento da Marvel para 2015 — mas que acabou sendo esticado até janeiro de 2016 — é a aclamada série Guerras Secretas, escrita por Jonathan Hickman e lápis de Esad Ribić. Aproveito a oportunidade para sugerir a leitura dessa que talvez seja uma das melhores e mais importantes séries da década. Sério, Guerras Secretas vale o esforço de tempo e dinheiro.

Mas, agora que essa fase está prestes a chegar ao Brasil, eis algumas histórias mais secundárias que merecem ser conferidas (apesar de que algumas delas, inevitavelmente, dificilmente chegarão aqui).



5 HQs para ler durante as Guerras Secretas

Durante o ano de 2015, a Marvel tomou a arriscada decisão de focar boa parte de seus títulos ou em prólogos das Guerras Secretas, ou em eventos que se passavam em seus "territórios". Listo algumas das mais imperdíveis:

1. Manopla do Infinito

Uma família em ruínas, vivendo em um mundo em ruínas

Essa releitura do clássico de Jim Starlin foca em uma família que sobreviveu ao apocalipse, mas precisa reaprender a ser uma família. Uma obra belíssima, que comprova que os quadrinhos é mais que suficiente para contar histórias universais.

Ao longo das edições, no entanto, a família se depara com Thanos, Guardiões da Galáxia e a Tropa Nova. Uma mudança na gravidade da história, mas não na qualidade.

2. Planeta Hulk

Algumas imagens valem mais que mil palavras

Quão épico é uma versão gladiadora de Steve Rogers montada num dinossauro lutando contra Hulks a fim de reencontrar Bucky? Muito!

3. Guerra Civil

What side are you on?

O pretexto dessa releitura do clássico de Millar é muito parecido com os quadrinhos originais, mas o conflito toma proporções absurdas, levando à divisão dos EUA em dois países distintos: uma utopia tecnológica comandada por Stark, e um país-exército liderado pelo comandante supremo Rogers.

A paz e reconstrução dos EUA parece ser a única solução viável a longo prazo, mas como obtê-la quando a trégua é ameaçada por conspirações e mortes misteriosas em ambos os lados?

4. Os Últimos Dias de Capitão América e os Poderosos Vingadores

♪ It's the end of the world as we know it... ♫

Em sua última encarnação pré-Guerras Secretas, os Poderosos Vingadores eram uma equipe que cuidava de questões mais "pé-no-chão", mais próximas às populações dos bairros de Nova Iorque.

Essa minissérie mostra, de maneira tocante, super-heróis tendo que responder a pessoas comuns questões as quais nem eles mesmos têm as respostas.

05. Ultimate - O Fim

Dois Starks? Muito ego para uma sala só!

Nesse prólogo às Guerras Secretas, os universos principal e Ultimate da Marvel estão prestes a colidir, o que não passa batido pelos maiores heróis de ambas as Terras.

Uma apaixonada carta de despedida ao Universo Ultimate, por um de seus principais idealizadores, Brian Michael Bendis.

5 HQs para ler após as Guerras Secretas

Passada as Guerras Secretas, coube a Marvel reformular quase todos os seus títulos. Segue cinco dos mais empolgantes:

1. Visão

Amigão da vizinhança? Herói ou ameaça?

A fim de melhor entender a condição humana, Visão decide viver como um. Para isso, ele cria sua própria família, à sua imagem e semelhança: esposa, filho, filha e até um cachorro! Infelizmente, essa história está longe de acabar em "e viveram felizes para sempre".

Além de ter que sobreviver à xenofobia (automatonofobia?) de seus nada amáveis vizinhos, a família vive difíceis dilemas morais. O texto, pelo ex-agente da CIA Tom King, é instigante, e a arte por Gabriel H. Walta o pontua muito bem, com toques de sarcasmo. Chega a ser surpreendente que algumas das maiores lições sobre a natureza humana nos quadrinhos mainstream vêm, ironicamente, dessa família de autômatos.

Visão é definitivamente uma HQ com tudo para marcar época.

2. Os Supremos

The Big Bang Theory

Al Ewing está fazendo trabalhos interessantes em Novos Vingadores e Torneio de Campeões (ainda não li seu Ulysses), mas Supremos talvez seja o lugar onde seu misto de respeito pela continuidade e incessantes adições à cosmologia é melhor aproveitada.

A revista mostra alguns dos super-heróis mais poderosos e/ou mais inteligentes da Terra explorando os limites da realidade — e, literalmente, além! Se você prefere Star Trek a Star Wars, essa é sua revista. O texto, no entanto, é acessível e os personagens são relacionáveis — e o final de cada edição (ao menos na versão norte-americana) contém um guia de leituras, para os mais "completistas".

A arte, por conta de Kenneth Rocafort, é de cair o queixo. Os criativos painéis, que lembram Sergio Toppi, tornam a experiência de folhear a página gratificante. Uma minúscula amostra:


3. Mundo Estranho

A saga de mesmo nome durante as Guerras Secretas é boa, mas foi sua sucessora que chegou para conquistar corações. Em comum a ambas, apenas o cenário e o talento do incrível artista Mike del Mundo (que também faz as capas da já citada Visão).

A arte de Del Mundo é, literalmente, doce para nossos olhos

Após perder precocemente a mãe, a adolescente rebelde Becca precisa encontrar forças para superar a perda e realizar seu inusitado último desejo. Como tudo pode piorar, nossa protagonista acaba parando no Mundo Estranho (no original, Weirdworld), um lugar onde "impossível" é um conceito subestimado, e participa de surreais aventuras junto a seus novos e excêntricos companheiros de jornada, na esperança de quitar sua dívida com a mãe e voltar para casa.

4. Spider-Gwen

Does whatever a spider Gwen

E se, em vez de Peter Parker, aquela famosa aranha radioativa tivesse picado Gwen Stacy, filha do capitão de polícia Stacy? Não a Gwen que conhecemos do universo principal da Marvel e dos filmes, mas sua versão de uma interessantíssima realidade alternativa, em que ela é a baterista de uma banda de garagem chamada The Mary Janes?

5. Harpia

Um conto sobre espionagem, feminismo e corgis

O Universo conspirava para que Bobbi Morse ganhasse sua revista solo em 2016. Além de ser coadjuvante de luxo nas novas revistas do Homem-Aranha, a heroína ganhou um aclamado one-shot em comemoração ao 50º aniversário da criação da SHIELD (que serve de prólogo para essa série), está brilhando no seriado Agentes da SHIELD e quase virou protagonista de seu próprio seriado.

Bobbi, meio bióloga brilhante, meio espiã de nível internacional, ganhou uma série empolgante. A revista, com equipe quase totalmente feminina, é inteligente, divertida, colorida. Infelizmente, enquanto escrevia esse post, descobri que a série foi cancelada após um boicote misógino. #StandwithChelseaCain

Menções honrosas

Algumas sugestões não couberam acima, principalmente por se encaixar em ambas as categorias.

Ms. Marvel é absolutamente sensacional. Kamala Khan, que ouso dizer que é a personagem mais carismática desde Peter Parker, é nerd como a gente, que coleciona camisetas e pôsteres de HQs, faz maratona na Netflix e/ou nos jogos eletrônicos, e consome (e ocasionalmente escreve) fan-fic. Mas, acima de tudo, é uma personagem bastante autêntica, com uma emocionante trajetória que demonstra que grandes poderes e responsabilidades também significa grandes (e pequenos) sacrifícios. Leia qualquer coisa da recente história da personagem, seja antes, durante ou depois das Guerras Secretas — a personagem possui um spin-off durante a saga (Os Últimos Dias de Ms. Marvel) que quase entrou para a lista acima.

Se você gosta de histórias engraçadas e descompromissadas, procure por Howard o Pato, A Imbatível Garota-Esquilo, e Patsy Walker A.K.A. Felina. As duas últimas agradam igualmente crianças e adultos, enquanto que Howard continua tendo excelente tiradas sobre a humanidade e a vida nos séculos XX/XXI.

Leia também Cavaleiro da Lua. Praticamente qualquer coisa escrita sobre esse complexo personagem vale a pena, inclusive suas edições mais recentes.

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